Uma multinacional brasileira com mais de 30.000 funcionários e com valor de mercado superior a R$200 bilhões tem sido pressionada a transformar suas práticas de gestão de pessoas e relações do trabalho. Há 14 anos foi o primeiro caso de assédio moral institucional reconhecido no Brasil, que gerou multa de R$ 1 milhão.
Em 2020, a Justiça proibiu essa empresa de enviar mensagens de Whatsapp fora do expediente, porque foi constatado que havia cobrança frequente de metas dos funcionários.
Um ex-funcionário processou individualmente a empresa alegando receber mensagens constantes que prejudicavam seu convívio familiar e social. Existiam vários grupos para comunicação entre chefes e equipes. Quando ele decidiu sair do grupo, a chefia retirou-lhe algumas atribuições.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), após instaurar inquérito, decidiu firmar Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a empresa, que se comprometeu a não deixar que isso se repita, adotando nova política com regras para o uso de Whatsapp, a ser implementada em todo o Brasil, por suas diversas unidades. Se comprometeu também a comunicar, mensalmente, por 180 dias, por canais internos, a proibição do envio de mensagens fora do expediente.
Se não for cumprido o prometido a empresa será multada em R$ 10.000,00 para cada denúncia. Havendo reincidência a multa é dobrada pelo período de dois anos.
O caso serve de alerta para as diversas organizações que utilizam o whatsapp como ferramenta administrativa. Elas precisam sensibilizar e desenvolver os gestores, em todos os níveis, quanto às práticas apropriadas de comunicação, além de aperfeiçoar as políticas e a cultura de comunicação corporativa.
Fonte: https://vocesa.abril.com.br/carreira/whatsapp-ambev-justica/
AUTOR: Antonio Carlos A. Telles – Consultor em Desenvolvimento de Pessoas, Estratégia e Ética & Compliance (WCCA e LRN)
COLABORAÇÃO: Guilherme Carvalho-Gerente de Negócios e Relacionamento da WCCA